segunda-feira, 2 de junho de 2008

A POLICIA E O FUTEBOL!

É uma combinação que não tem funcionado! O fato ocorrido no estádio dos Aflitos na última rodada do brasileiro atesta bem esse fenômeno. Por inúmeras razões a polícia não é bem vista pelo povo brasileiro. Vivemos num estado de profunda insegurança e não raras vezes nos deparamos com confrontos envolvendo polícia, torcedores e pasmem o fenômeno está entrando no campo de jogo. Fiz um jornalismo quântico em Guaratinguetá assistindo a partida entre Ponte X Guará entre os torcedores comuns. Confesso, em alguns momentos entrei em pânico, digno de jornalistas que cobrem um conflito armado. Percebi torcedores, bem poucos, fora do estado normal. Contudo, em Guaratinguetá o “show” de violência irracional partiu de alguns policiais. Percebia-se que não estavam ali no cumprimento do dever sagrado de planejar e oferecer segurança, mas sim de conturbar e colocar em risco vidas de torcedores. Foram alguns minutos de irracionalidade que poderiam se consumar em tragédia. No Parque Antártica o fenômeno se repetiu e fora do estádio às imagens de confrontos de palmeirenses e polícia foi chocante. Pois bem, o fato de Recife deve ser lamentado. Por pior que estivesse o estado emocional do jogador André Luís, não é direito da polícia abordá-lo e agredi-lo da forma como ocorreu. Muito menos sua prisão se justifica. O campo de jogo pertence aos jogadores. É um ambiente onde eles se entendem por bem ou por mal. Existe um limite e nenhum profissional de futebol militante de um grande clube como o Botafogo, extrapola as raias do limite. O próprio staff do clube é capaz de resolver o problema.A Polícia não tem nenhum papel eficaz nestes casos. Pode sim, conturbar e arriscar o espetáculo. Se o Botafogo não voltasse para jogar o segundo tempo, o risco de uma convulsão nas arquibancadas seria muito grande! Paulo Shimith, procurador do STJD deve denunciar o fato. O tribunal deverá tomar as providências no campo desportivo! A CBF, clubes, ligas, sindicato de jogadores devem discutir o assunto. Quem sabe possam criar uma segurança privada para dentro do gramado. Afinal, ali não é lugar de policia, principalmente mal preparada!


João Carlos de Freitas

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu nome é Ariovaldo Izac, jornalista

Por cerca de dez anos trabalhei como repórter esportivo em gramado de futebol. E nesse período observei comportamento exacerbado de atletas e policiais.
É preocupante, à distância, uma opinião definiva sobre o episódio. Evidente que o papel do policial, em qualquer circunstância, é a proteção, mas às vezes exagera.
Atleta expulso de campo - principalmente quando se considera injustiçado - se transforma e vira bicho.
No caso específico, como o jogador estava transtornado, provavelmente tenha havido desrespeito à autoridade. Já vi exemplos semelhantes de atletas raivosos, que sequer admitiam que alguém se aproximasse. Entre as citações, as mais leves foram do tipo "não encher o saco", ou "não ponha a mão em mim".
Provavelmente, a reação da polícia tenha sido em decorrência de uma situação provocada pelo jogador. Não posso acreditar que os policiais pernambucanos estejam tão despreparados.
Infelizmente a imprensa formou um conceito de culpar a Polícia Militar sem analisar criteriosamente os dois lados.
Poderia a Polícia Militar ser até um pouco tolerante com eventual discrepância do atleta? Poderia. Mas só quem esteve no gramado, testemunhando com clareza o que foi falado, pode formar um conceito totalmente isento do fato.
É isso aí .