quinta-feira, 16 de setembro de 2010

MESA REDONDA NA FAJ

Pela primeira vez falei para alunos do curso de Educação Física. Foi na FAJ, ao lado de Wagner Mancini, onde pudemos conversar com uma platéia numerosa e interessada. Como sempre faço ao abrir os trabalhos, mensuro a presença de torcedores e simpatizantes dos clubes de São Paulo e Campinas. O termômetro são as palmas que peço do auditório para cada time. O resultado tem sido sempre o mesmo nos últimos anos. Corinthians e São Paulo lideram. Às vezes os Corinthianos massacram em intensidade de aplauso. Sem dúvida a torcida do Corinthiana é um fenômeno em todo o Brasil. Em Jaguariúna não foi diferente.


Tínhamos plano para uma hora de palestra. Para nossa surpresa e felicidade também o tempo se estendeu em mais uma hora e assim pudemos ter um bom papo com os alunos. Falamos da Copa de 2014 no Brasil, dos times de Campinas nos brasileiros A e B, mas o tema que mais atraiu foi sem dúvida a participação brasileira na copa da África. Havia unamidade na avaliação do escrete e também um desapontamento geral em relação às ausências dos craques ignorados por Dunga.

Encontros como esse só nos orgulha e engrandece o interesse pelo esporte, por isso nos colocamos sempre à disposição dos interessados. Já com saudade, espero voltar em breve para mais um bate papo.


Abaixo algumas fotos.

João Carlos de Freitas



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CENTENÁRIO DO CORINTHIANS - O DIA EM QUE PELÉ FOI APLAUDIDO PELOS CORINTHIANOS


E efetivamente começa o centenário do timão! Fênomeno popular, por vezes inexplicável, mas que se mantém como uma fortaleza inquebrantável. Conheci o Corinthians nos anos 60, assim como o futebol. Meu tio Miguel, que me ajudou a entender e gostar de futebol, talvez tenha sido para mim o maior embaixador. Ele é corinthiano fanático. Me lembro que naqueles romanticos anos 60, sempre que possível ele estava frequentando os estádios da capital para se encontrar com essa incrível paixão. Minha predileção pelas suas "estórias" era ouvir sua descrição sobre os jogadores do passado. E ele falava com entusiasmo de Tufi, Gilmar, Homero, Idário, Roberto, e seus olhos brilhavam ao escalar o ataque campeão do 4º centenário sobre o Palmeiras em 1954, o ano em que nasci. Claudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mario. Eram seus grandes ídolos, ao lado de Chico Alves, o rei da voz. Seu desejo era de que eu torcesse para o Corinthians. Naqueles tempos os garotos, quando iam jogar peladas encarnavam algum personagem do futebol. Eu dizia que no gol era Gilmar. Nessa época Gilmar já era do Santos, mas acho que ele tinha alguma esperança de me fazer corinthiano. Até assistir à Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe, dei esse crédito para o tio Miguel. A partir dali, não me contive ante as mágicas do velho Santos da década de 60. Talvez tenha decepcionado a ele. Mas todos respeitaram, afinal minhas razões eram óbvias. O primeiro grande contato que tive com o Corinthians, foi em 1968. Embora acompanhasse desde 61 todos os movimentos da bola, fui apresentado ao Morumbi pelo meu querido Tio Miguel. Foi num Santos X Corinthians. Eu fui lá pra ver Pelé. Até que o rei se machucou ali pelos 30 do primeiro tempo. Macedo, então massagista do Santos, correu de forma desabalada e acudiu às dores de Pelé. Tentou recuperá-lo, mas não foi possível. Naqueles segundos de atendimento, até rezei para que Pelé voltasse. Afinal eu estava ali por causa dele. O Morumbi ainda estava pela metade em seus anéis superiores. Lotado de corinthianos, até porque no primeiro turno o timão tinha quebrado o tabú de onze anos sem ganhar do Santos. Pelé se levantou, bateu a chuteira no gramado, e se rendeu à contusão. Estava fora do jogo. Não conseguia caminhar e Macedo o sustentou pelos ombros. Na caminhada até o túnel, a torcida do Corinthians ameaçou uma certa vaia. De repente, Pelé pede ao massagista que o coloque no chão. Se sustenta com muita dificuldade praticamente com o pé direito pendurado. Acena para a torcida do Corinthiana num educado cumprimento e recebe os mais calorosos aplausos daqueles "inimigos" que o reconheciam com carrasco e insuperável. Não bastasse passam a gritar: PELÉ, PELÉ, PELÉ.... E o rei foi para os vestiários triste por deixar a partida e feliz pela homenagem. Nos meus 14 anos de idade, confesso que esmaguei uma lágrima e passei a entender a razão do Corinthiano ter prazer em estar junto. Eles conseguiram refletir a sede da justiça. Foram justos com Pelé ao reconhecerem sua majestade! Para mim fica uma lembrança que me faz desejar mais 100 anos de existência ao fenômeno de massa chamado CORINTHIANS!!!

João Carlos de Freitas