sexta-feira, 10 de junho de 2011

DESPEDIDAS

Não é comum na cultura  futebolística brasileira a realização de eventos para despedida de craques, mesmo que por vezes identificados com seus respectivos clubes ou até seleção. Com o novo mapa quea atual ordem nos impõe, dificilmente algum grande craque fará tanta identidade com o clube. É que eles permanecem por pouco tempo e  a rotação  é inevitável.

Gilmar dos Santos Neves, um dos maiores goleiros de todos os tempos foi homenageado em 1968 ao despedir-se da seleção, onde era referência, numa partida contra a inglaterra. Curioso que esse jogo serviu para sinalizar que Tostão e Jairzinho seriam grande sucesso na copa que viria lá no México. Os sinais se confirmaram!

A despedida de Pelé foi apoteótica. Deixou a seleção em 1971. Era muito jovem ainda, com 31 anos.Foi convocado pelo povo a permanecer  e disputar a copa de 1974. Pelé não atendeu! Foram dois jogos: No Rio contra a Bulgária e em São Paulo frente à Áustria. Tanto no Maracanã quanto no Morumbi a torcida gritava:-FICA, FICA, FICA... Com lágrimas nos olhos o Pelé foi embora!
Zico se despediu do Flamengo e a festa foi monumental. Garrincha, Djalma Santos e Romário tiveram festa de despedida na seleção. Contudo, jamais veremos a comoção que se instalou no estádio La Bombonera do Boca em Buenos Aires, quando Maradona  disse adeus com a camisa da Argentina e do Boca no mesmo jogo. Durante pelo menos cinco minutos a torcida argentina foi ao delírio, idolatrando seu maior ídolo, que por lá se confunde com Deus!

Agora foi a vez de Ronaldo. Talvez o evento tenha sido minúsculo e empobrecido diante da grandeza do craque. O fenômeno era identificado com a seleção. Foi à quatro copas do mundo e o maior protagonista na conquista do penta. O Brasil jogava junto com Ronaldo onde ele estivesse. Como passou a maior parte da carreira no exterior, seus clubes ganharam inúmeros simpatizantes por aqui. PSV, Barcelona, Inter, Real Madrid, Milan possuem verdadeira legião de torcedores por sua causa. Os Corinthianos o adotaram como último grande ídolo , que  também se converteu ao "bando de loucos". 

 A pobreza na festa organizada foi compensada pelo carisma e o espírito que nos junta à Ronaldo. Agora ele pertence ao time do nosso coração e da nossa lembrança. Nesse ponto me permito valer da frase imortalizada por Fiori Gigliotti: _"Ronaldo ficará eternizado no nosso cantinho de saudade"!

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