quarta-feira, 28 de julho de 2010

MANO MENEZES

Por linhas tortas chegamos a um bom nome. Mano é muito habilidoso. Às vezes fico me questionando: Será ele gaúcho mesmo? É que seu "jeitinho" manero remete ao jeito mineiro de ser. Fala mansa, ouve muito fala pouco, observador dos quatro cantos, pensa muito nas respostas, não oferece intimidade de impulso, às vezes até desconfiado. É um gaúcho amineirado! Na apresentação sua entrevista foi convincente. Criticado mesmo foi Muricy, por aqueles que gostariam de vê-lo a qualquer preço na seleção. É que Muricy não paga qualquer preço. Levou em conta o famoso "fio de bigode". Isso está em desuso, mas é sempre um comportamento exemplar e admirável. Perguntado sobre o sentimento de ser o segundo, Mano desconversou e valorizou o posto. _ Num país em existem cerca de 50 técnicos é uma boa colocação. E tirou a entrevista de letra. Muricy é de fato o melhor treinador. Contudo às vezes me pergunto: Mas a seleção precisa de treinador? É que ela se impõe pelas individualidades e não pelos treinamentos, já que o tempo é inimigo dessa prática. Ainda mais agora que não passaremos pelo tordeirinho das eliminatórias. Teremos torneios relâmpagos, portanto o produto do futebol apresentado não virá dos treinamentos e sim da sintonia do grupo. Logo, a grande virtude do treinador não será respeitar as jogadas ou ensaiá-las para entrosar o time. Convocar os melhores segundo nossos conceitos, administrar os interesses entre jogadores, clubes, cbf, empresários, procurar estabelecer um relacionamento transparente e respeitoso com a imprensa e claro buscar os resultados, fundamentais para o sucesso do trabalho. Considero Mano capaz de realizar todas essas tarefas. No Corinthians conseguiu lidar com todos os fatores de conflito. O caso Ronaldo foi a grande vitória na passagem pelo timão. Tirou o que Ronaldo poderia oferecer e acomodou todas as turbulências próprias desse relacionamento. Não creio que a seleção poderá oferecer mais pressão à Mano do que o Corinthians. Mesmo como segunda opção, foi uma boa escolha. Ele será capaz de conduzir a seleção aos seus objetivos, mesmo que na primeira convocação tenha chamado Jucilei, que tem o mesmo empresário seu e não é a primeira opção dentro do time corinthiano. Como ninguém é de ferro, vamos dar a ele esse voto de confiança!

João Carlos de Freitas

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