E A SELEÇÃO?

Depois da grande vitória em Santiago e enfrentando um time de muita fragilidade, ninguém poderia supor que pagaríamos um mico vergonhoso contra os bolivianos. Jogador brasileiro não suporta retranca. Qualquer time meia boca que se organiza com duas linhas de quatro, consegue encaixotar o time do Brasil. Nesses casos é preciso ter bons laterais de velocidade e força para executarem jogadas de fundo. O chute a média e longa distância servem como arma contra retrancas. Bolas paradas para cabeceios ás vezes resolvem, mas a bola também não chegou na área boliviana. Os homens de trás deveriam se projetar e surpreender a retranca. Acho se o zagueiro Juan estivesse jogando teríamos mais chances nessa ultrapassagem. Juan é leve e técnico, diferente de Luizão e Lúcio. Hernanes poderia ter entrado, é outro jogador que vindo de trás consegue envolver seus adversários. A falta de padrão de jogo atrapalha a seleção. Não estamos preparados para enfrentar qualquer tipo de adversário. Quando optamos pela cautela como na partida contra a Argentina, somos vencidos pela pressão do adversário e quando enfrentamos adversários retrancados, especialmente os que sabem fazer as duas linhas de quatro, sucumbimos também. Nos damos bem frente a adversários fracos de marcação e que oferecem espaços para nossa movimentação. O repertório brasileiro está fraco, parece o samba de uma nota só!

João Carlos de Freitas